Olhar do ARTISTA percepção e arte

quarta-feira, 5 de junho de 2019

               
                 ENTRE O FAVO E O  MEL. 🍯

O ano era de 1970, ainda uma jovem menina, lembro que havia uma comeia do tamanho de uma jaca, ficava ao fundo da casa cercada pelo verde e a beleza das flores. Ninguém tocava na comeia é claro, e a cada dia ela aumentava de tamanho. Minha mãe sempre me dizia: elas não vão atacar ninguém, se não mexer na sua moradia, assim foi feito. Eu gostava de ficar observando seus movimentos naquele espaço, o vai e vem entre as flores e, as janelinhas de sua moradia, pensava o quanto seria incrível uma casa de mel, lembrava da historinha infantil de uma casa construída com chocolate, torrões de açúcar, biscoitos e confeites, lembranças que me fazia sentir fome de doce. Naquele vai e vem cheio de zum, zum, recordavame dos dia de Cosme e Damião que vivi na cidade onde morei, lá se fazia fanfarras adocicadas para as crianças e nessas lembranças a fome só aumentava. Voltava a minha realidade e a curiosidade em saber o que havia além das abelhas e do mel dentro daquela comeia só aumentava. Em uma  certa manhã ao despertar do dia, observei que não havia o zumbido e o vai e vem das minhas doces amiguinhas, corri até o fundo da  casa para constar o que não queria, elas haviam partido e ao chão diante dos meus pés se encontrava o doce lar em pedaços e entre o adocicado do mel havia algumas delas sem vida estavam lá, até hoje não sei o que aconteceu, só sei que, dali descobri que o sangue amarelado que escorria entre elas, e a textura do mel, se chamava própolis. 
05/06/2019
De agora ✍️ por Marta Pinheiro. Inspirações imagéticas.